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O agonismo, sendo uma escrita pós-moderna, está para além do pós-modernismo, no sentido de o ter ultrapassado. Num mundo onde todos os caminhos são conhecidos e portanto redundantes como o dialelo escolástico, a linguagem agonista abre um que apenas existe virtualmente, à maneira de um jogo informático em que o jogador vai, em sucessivas tentativas, abatendo monstros e abrindo caminho pelo desconhecido. Este desconhecido revela uma realidade em três dimensões que é, no entanto, outra realidade, mais irregular, onde todos os ângulos se esbatem em curvas de texturas rugosas.
O Primeiro Instante é o quinto e último romance da série Cenas da Vida Académica iniciada com "O Cavaleiro da Torre Inclinada" (2009). Marco Túlio Ferreira, professor universitário, abandonado pela sua companheira, uma ex-freira que decide voltar para o convento, encontra-se novamente livre e envolve-se em mais uma série de aventuras amoras a que em vão tenta escapar. Macau e Florença são algumas das cidades que o protagonista visita e onde vive algumas dessas aventuras, quase sempre com um términus inusitado. Recebe inesperadamente de herança o velho casarão fradesco que pertencera à Dona Glorinha, a sua protetora da juventude. Aí decide instalar-se, retificando o rumo da sua vida, com a única mulher que nunca deixara de amar. Algumas pontas, porém, ficam soltas, deixando entrever que talvez não seja fácil para ele manter-se dentro do conto de fadas que tinha idealizado.
O padre da Gralheira aparece morto na cama em Dezembro de 1943. O sacristão chama o regedor, autoridade policial da freguesia, que toma conta da ocorrência. Este procede a uma série de averiguações que vão fazê-lo ponderar na hipótese de se tratar de um crime. Vem a saber que o clérigo tinha como amante uma mulher casada. O marido, um rico proprietário que frequentava amiúde um bordel, poderia tê-lo mandado matar por despeito.Tudo se complica, porém, quando o regedor descobre que o clérigo era receptador do volfrâmio roubado da mina explorada por uma companhia alemã e suspeita que o crime, se o houve, não fora cometido por questões de honra, mas por dinheiro. Entretanto, luzes estranhas vistas durante a noite adensam um mistério que vai sendo mal interpretado.Sobre a aldeia, retrato de um país atrasado e rude, paira a ameaça da guerra. A ela se devia a periclitante situação económica vivida pelos mais pobres, com o racionamento dos produtos essenciais, as requisições obrigatórias das colheitas pelo Grémio, a revolta das populações e a repressão do governo.A ex-amante do padre, carioca transplantada para os nevoeiros da Gralheira, dá um ar de graça à história, vivendo amores, incentivando-os e protegendo-os. É ela a verdadeira heroína, que contrapõe o amor à guerra e aos interesses mesquinhos dos homens. Este é um romance de mistério, onde afinal o único mistério, num confronto directo com a literatura da moda, é não haver mistério nenhum.
O Construtor de Cidades descreve em primeira pessoa o quotidiano de um professor de Biologia a trabalhar numa escola pública. As dificuldades, as desilusões e a desmotivação que advêm da sua relação com os alunos e com os colegas, tão ou mais desmotivados do que ele próprio, as alterações constantes à legislação educativa e aos programas de ensino que sucessivos governos vão impondo a um ritmo impossível de assimilar e de pôr em prática com sucesso, levam-no a um estado de prostração e de desânimo. É esse estado que permitirá à personagem refletir no seu papel numa sociedade em crise que se desmorona diante dos seus olhos. O único refúgio possível é o passado, tempo mítico de amores, de ilusões e de felicidade.
Os romances de amor, esgotados pelos lugares comuns e pela desconstrução pós-moderna, caíram no ridículo e são um subgénero, ainda de grande procura, a que se dedicam alguns escritores de renome para equilibrar o seu parco orçamento. Tais romances têm por função entreter corações solitários nas horas que sobram do desfastio das conversas nas redes sociais com amantes virtuais.Vítor Pinheiro, escritor farto da concorrência desleal dos colegas de ofício lobificados pelos grande grupos editoriais e associações a que não pertence, decide desistir da escrita e, para compensar, passa a dedicar-se ao estudo de Homero, fonte das fontes da literatura ocidental.Sempre que a sorte o bafeja, qual Ulisses na ilha de Calipso, entrega-se aos prazeres da carne com amigas, conhecidas e até desconhecidas, num frenesim dionisíaco. Não sabe, a dada altura, se as mil mulheres com que se deita são fruto da sua imaginação delirante, se a experiência de uma realidade alternativa.
Com o planeta a sair de uma pandemia e a envolver-se em mais uma guerra, Marco Túlio Ferreira faz duas viagens por trabalho e lazer. Vai a Cabo Verde, onde conhece uma realidade de contrastes que o intrigam, e aos Açores, onde reencontra um espaço de memórias e redescobre cheiros, sabores e paisagens. Quatro refugiadas ucranianas que recebe em casa darão algum propósito à sua vida no momento em que as desilusões o levam a duvidar de si e dos outros. Numa sociedade cada vez mais violenta e instável, manipulada pelos senhores da informação, do dinheiro e da guerra, talvez o amor ainda faça sentido.
Em Bolinhas de Amor, são pintados alguns quadros, uns a preto e branco, outros a cores, da infância e adolescência de Marco Túlio Ferreira, reconhecido, embora não conhecido, escritor e académico português, entre meados dos anos 70 do século passado e o início da década seguinte, numa aldeia próxima de Braga. A relação do adolescente com a família, os vizinhos, a escola, os amigos e as amigas, e também com os seus inimigos ou adversários, é o principal foco destes quadros. As preocupações, os medos, os complexos próprios da adolescência, os reveses, os incidentes em que se envolve, os momentos felizes, as brincadeiras, as pequenas aventuras, as leituras que lhe moldam a personalidade e a descoberta de si próprio e dos outros, revelam um jovem sensível na forma de apreender, sentir e agir perante os desafios de uma sociedade que saía do obscurantismo da ditadura política, que subjugou os seus pais e avós, para a democracia e a liberdade.
Os nossos poetas escabujam palavras, amontoam-nas, uma lixeira de detritos onde a variedade de colorido, de odores é colossal. Para os compreender, um esforço inaudito pedido à sensibilidade e à inteligência. A mescla de sensações e pensamentos não destoa num poema. O que destoa é não haver sensação nenhuma e o pensamento estar ausente como a água no deserto. Borram-se páginas inteiras de linhas que não significam absolutamente nada. Ou, então, às vezes um verso perdido no fundo da página branca.
Na Memória das Estrelas sem Brilho, conta-se a história de um estudante universitário que é obrigado a interromper o curso para comandar um grupo de expedicionários que o governo português em 1917 enviou para as trincheiras da Flandres. A sua trajectória e a dos homens que comanda, nas pequenas e grandes misérias de que foram vítimas e na ligação ao que deixaram e ao que perderam, resulta num retrato emocionante e autêntico de um dos períodos mais conturbados da sociedade portuguesa.Romance de guerra, mas também romance de amor, Memória das Estrelas sem Brilho relata a tão inútil quanto obstinada busca da paz e da felicidade através de um caminho de escombros e flores cortadas, capacho do tempo e dos seus caprichos.Afirma o crítico Milton Azevedo que, além de seu valor literário como narrativa de ficção propriamente dita, constatável à primeira leitura, o romance tem grande interesse como retrato da sociedade portuguesa, que forma o background da narrativa. O narrador, homem de seu tempo (ou tempos) e classe social, tem uma visão tão nítida da sua sociedade quanto é possível esperar de alguém que nunca pôde sair dela para observá-la de fora. É, portanto, uma visão naïve, informada apenas por elementos colhidos dentro daquela sociedade. Mas é uma visão arguta, porque o narrador é um indivíduo inteligente e lúcido. E complementada, é claro, pela visão, indirectamente transmitida ao leitor, do Rato, que é um verdadeiro co-protagonista (e não apenas um sidekick) - um pouco, mutatis mudantis, como Sancho Pança, sem o qual o Quixote ficaria impensável.
Mais um batalhão segue para Moçambique, a continuar a guerra que teimava em durar. Dele fazem parte um alferes miliciano e um soldado que mal se conhecem. Deixa o alferes para trás a noiva, uma estudante de Medicina, e entrega-se a paixões transitórias e a congeminações imprudentes. O soldado, casado e pai, procura sobreviver numa paisagem estranha, entre bichos e plantas hostis, caminhos minados, emboscadas, sol e cacimba. Na metrópole, a noiva de um e a esposa de outro sobrevivem no vasto lago de medo, de preconceitos e miséria, guiadas pela força que as caracteriza e pelo amor.
Marco Túlio Ferreira, professor numa universidade do norte do país, devido à pandemia causada pelo coronavírus, permanece confinado no velho palacete que herdara de uma brasileira rica, sua antiga protetora. Para ocupar a solidão e a monotonia das noites, aproveita para recordar os amores da juventude, que vai contando à Leonor, a sua atual namorada, também ela confinada em sua casa a alguns quilómetros de distância. Marco Túlio conta como teve a sua primeira experiência sexual de caloiro com uma colega doutora durante a praxe no Porto; ou de como, numas férias de verão numa aldeia de Trás-os-Montes, dormiu com duas irmãs, um delas solteira e outra recém-casada. A solidão do confinamento é de súbito interrompida com a chegada da Rafaela, sua ex-companheira, e da filha, que estavam em Timor. Novos desafios afetivos lhe são impostos, que ele procura acomodar aos seus desejos e interesses. O tom, entre o poético e o satírico tão próprios do autor, faz deste livro uma experiência de leitura amena e, em tempos de Covid-19, de esperança na vida e no amor.
Esta obra contém as cartas que José Leon Machado enviou aos falecidos escritores Vergílio Ferreira, José Saramago e João Aguiar entre 1994 e 2006. O principal assunto é a literatura. O autor faz saber aos escritores a sua opinião acerca das obras que os mesmos iam publicando e que ele ia lendo. Estas opiniões remetem muitas vezes para estudos críticos de âmbito universitário e recensões publicadas na imprensa, sendo pois um documento importante para o estudo das obras dos referidos escritores.
A Porca é a continuação de A Planta Carnívora, romance que faz parte da série de ficção de José Leon Machado iniciada com O Cavaleiro da Torre Inclinada, cujo cenário é a vida académica. Nesta terceira parte, Marco Túlio Ferreira cimenta a sua relação amorosa com a Rafaela, uma ex-freira. No entanto, por causa das suas muitas viagens e compromissos, acaba por se envolver com outras mulheres, quer suas conhecidas, quer novas caras com que tropeça em congressos, sessões de fisioterapia e outros eventos. Uma porca, porém, intromete-se nesta aventura, perfilando-se para vir a ser a causa de uma mudança radical no D. Juan da academia portuguesa.
O Cavaleiro da Torre Inclinada, com o subtítulo de "Cenas da Vida Académica", conta as aventuras de um professor a trabalhar numa hipotética universidade portuguesa. Os académicos são, como ele próprio refere, os novos cavaleiros da era moderna. Assim como os cavaleiros da Idade Média, paladinos da virtude, andavam de terra em terra castigando pelo fio da espada os vilões e os arrogantes, assim nós, paladinos da ciência, andamos de congresso em congresso divulgando o conhecimento e denunciando os charlatães, diz ele a um dos seus colegas. O professor, especialista na história do adultério, vai implementando na sua vida de novo cavaleiro andante os conhecimentos adquiridos. O relacionamento que mantém com colegas espanholas, belgas e brasileiras leva, de uma forma profícua e salutar, ao intercâmbio do saber e ao avanço da ciência. Escrito num tom divertido, mas bastante realista, O Cavaleiro da Torre Inclinada é um romance que retrata a universidade portuguesa, ou pelo menos uma parte dela, e denuncia a praxis de tradição medieval e inquisitorial que faz dela uma das mais retrógradas da Europa.
Jardim sem Muro é uma colectânea de dezanove contos. As personagens baseiam-se nalguns dos tipos da sociedade portuguesa actual, aparecendo vendedores de automóveis em segunda mão, comerciantes de tintas e vernizes, empreiteiros, serralheiros, canalizadores, carpinteiros, electricistas, professores do ensino secundário, funcionários das Finanças, estudantes de Psicologia, reformados, emigrantes, agentes de segurança, viciados na Internet, coleccionadores de selos e moedas, especialistas em ciências ocultas, frequentadores de casas de alterne e respectivas funcionárias. Os políticos, por evidente falta de utilidade na sociedade, são das poucas figuras com que o autor não perdeu tempo nem gastou papel. Os contos, escritos num tom divertido, deixam transparecer o sorriso sarcástico de Eça de Queirós e o piscar de olho malandro de David Lodge. Transcreve-se uma passagem:"Os manuais de jardinagem explicavam que um jardim sem muro era mais propenso ao ataque das ervas daninhas. Com um muro alto, era mais difícil as sementes disseminarem-se pela ação do vento. Por outro lado, a sombra do muro impedia a proliferação dessas ervas que, por serem endémicas, preferiam o sol. Havia espécies de plantas ornamentais que se davam bem à sombra e os manuais aconselhavam o seu plantio. Nada disto, porém, era exato. Apesar do muro, no jardim do sr. Lindolfo proliferavam os dentes-de-leão, as leitugas, as macelas e os beldros. Enquanto isso, as rosas, as petúnias e os amores-perfeitos, se não fossem constantemente vigiados, estiolavam. O jardim humano, mesmo assim, era bem mais complexo. Os muros que a sociedade foi construindo para salvaguardar uma pretensa moral iam desabando. Nenhum herbicida, nenhuma monda seria capaz de expurgar os dentes-de-leão da sociedade. Simplesmente porque deixaram de ser considerados ervas daninhas. São ervas entre outras, com a sua especificidade, as suas características próprias, fruto dos mil caprichos da natureza."
«Ficou só, no meio do passeio. Em vez de atravessar para a margem do rio, naquele local coberta com armazéns e barracões, seguiu uma rua cercada de velhos edifícios e foi dar, algumas ruas mais tarde, ao Terreiro do Paço. Esteve cerca de uma hora sentado no cais, ora a olhar a escuridão das águas, ora a estudar a configuração difusa da praça. Desembocava ali a sua vida, ou aquilo que fora até então. Percebia que algo mais estaria para diante, semelhante ao voo de uma gaivota em tempo de chuva. Diáfano o que pressentia e não via nos contornos da luz porque ou cego ou excessivamente apegado ao real que escolhera como estado de ser. As arcadas trouxeram-lhe a dúvida do tempo. Irrepetíveis os instantes, inatingível o que foi, ou a circularidade de uma ilha, do mostrador de um relógio? Não passavam os ponteiros pelos mesmos números doze em doze horas? Talvez o mundo não fosse mais do que uma ilha no universo imenso de estrelas e pulsares.»
As Penas de Ícaro é uma coletânea de textos que, baseando-se em obras literárias de autores contemporâneos (José Saramago, Mário Cláudio, João Aguiar, José Cardoso Pires, Vergílio Ferreira, entre outros), refletem sobre questões de língua, literatura e cultura portuguesas. Assim como Ícaro, com as suas asas de penas ligadas com cera, conseguiu, segundo o mito, elevar-se nos céus de Creta e libertar-se do labirinto do Minotauro, assim o autor pretendeu quando escreveu estes textos propor à discussão um conjunto de reflexões, penas elas e cera a linguagem com que são tecidas, prevendo sempre com o risco de o Sol derreter a cera e as penas se soltarem.
Século I da nossa era. Um jovem desce do seu povoado e vai trabalhar para uma vila perto de Brácara Augusta, a cidade que os Romanos construíam num outeiro. Na vila, o senhor lia Cícero nos intervalos da sesta, a senhora passava horas ao espelho a disfarçar as rugas com unguentos fenícios, o filho ia para os lados do Catavo encontrar-se com a amada - uma nutrida indígena que conhecia as artes de encantar bois -, e a filha dava passeios com o jovem brácaro pelos limites da vila, os cães atrás a cheirar toca de coelho. Poderia um Brácaro aprender latim, namorar a filha de um Romano e servir nas legiões do imperador sem esquecer a sua origem? História de amor, história de desespero pontuada de condescendentes sorrisos às coisas que o céu cobre sob o impassível olhar dos deuses.
As vidas são como rios que nascem na montanha, percorrem o espaço e o tempo entre duas margens e terminam no grande mar que tudo dissolve em água salgada. Cada personagem deste livro traz em si um rio. As águas do seu caudal transportam o amor irrecuperável da adolescência, a recordação do paraíso perdido, a loucura, a solidão e o abandono, a doença e a morte, o ódio e a vingança, a violência, a mentira, a alegria, o perdão e a bondade. Gente simples, são rios de pouca água, em vias de extinção como todos os rios do mundo. Quando o olhar se perde na folhagem dos salgueiros de uma margem, poderá entrever um corpo nu de mulher salpicado de raios de sol.
Neste livro conta-se a história de um estudante universitário que vai passar um mês a um campo de férias na França com um grupo de jovens de vários países. É um retrato de uma juventude que não sabe bem por que razão há fronteiras políticas, sociais, linguísticas e religiosas, as quais, apesar de tudo, não são impedimento para partilhar a alegria, o amor e a amizade. O autor, ora pela sua própria voz, ora pela voz da personagem principal, aproveita para descrever de um modo divertido o campo de férias e as relações entre as várias personagens.
O Dr. Leonel, médico de clínica geral, tinha como passatempos preferidos o ténis e o aeroclube. Piloto amador, era com prazer que levantava voo na avioneta que lhe estava atribuída e sobrevoava a cidade. Porém, numa tarde de tempestade, o aparelho acabou por se despenhar. Leonel sobreviveu com alguns arranhões e depressa se deu conta de que o tempo e o lugar não coincidiam com o seu: estava algures no passado. Ajudado por um carvoeiro, consegue hospedagem num convento de frades. As desconfianças, fruto dos preconceitos, instalam-se, e ele, com receio de ser preso, acaba por fugir. Acompanha-o Cremilde, a formosa filha do carvoeiro. Encontrará o termo das suas penas, quando, do fundo do mar, vem à superfície. Um estranho desígnio, que ele nunca chegou a compreender, estava na base de toda aquela aventura.
A Planta Carnívora é a continuação do romance O Cavaleiro da Torre Inclinada do mesmo autor. Nesta segunda parte, Marco Túlio Ferreira, professor universitário, abandona a família e vai viver sozinho. A ex-esposa reconhece que a separação, baseada num adultério de que não tem provas, foi precipitada e procura convencê-lo a regressar a casa. Ele, no entanto, vai adiando a decisão. Além da amiga brasileira Dulce Nara que aparece na primeira parte, envolve-se com uma jovem austríaca especialista em plantas carnívoras, uma professora de História Medieval que gosta de heavy metal, duas novaiorquinas que praticam o swing e uma freira com dúvidas. A obra é mais uma hilariante coleção de cenas da vida académica.
Braços Quebrados conta a história de um jovem que fugiu de Timor após a invasão indonésia e se refugiou em Portugal. As recordações da família, do cheiro a sândalo e a tamarindo, a eucalipto branco e a maresia, levam-no a escrever um diário. Esse diário depressa ultrapassa a intenção inicial para se tornar num companheiro a quem o autor confia os sentimentos mais íntimos, os pesadelos que o perseguem, a relação com os outros, os amores e as desilusões, a angústia, o medo e a alegria. Retrato de Timor pós-colonial, por ele perpassam a guerra civil, a invasão, a luta da Resistência nas montanhas, a prisão de Xanana, o massacre no cemitério de Santa Cruz, o referendo, a reacção das milícias e do exército indonésio, a força de paz da ONU e a vitória da esperança.
"Voltou a moda das gravatas às florinhas e dos fatos à "Boss". Qualquer farroupilha esbanja pela imagem. Todos lutam pelo status cada vez mais, todos querem ser patrões, mandar.Eu não desgosto das gravatas nem dos fatos. Acho-os estéticos. Porém, não os uso, primeiro porque não são nada baratos, segundo porque ainda sou novo para andar de garganta entalada, terceiro porque não preciso de me fazer à imagem. Sou o que sou, não o que pareço.É na camada mais jovem dos homens - já nem falo das senhoras -, entre os vinte e cinco e os trinta e cinco anos, que o uso desta indumentária, inventada há dois ou três século em Paris, tem vindo a aumentar. As calças de ganga já são parolas, com cheiro a pobreza. As casacas e outras alfaias afins, do mesmo modo."
Embora Deus tenha feito o homem e a mulher como complemento um do outro e para viver em harmonia, a vida tem demonstrado que, ou por erro de conceção, ou por defeito de fabrico, a maior parte das vezes a relação entre um e outro se apresenta problemática, parecendo esse facto resultar de uma divergência de feitios a que um mecânico chamaria deformação de encaixes ou um técnico informático incompatibilidade de versões. Este livro apresenta um conjunto de histórias de homens e mulheres com os seus conflitos que, sendo embora antigos, são, graças à emancipação e à amoralização progressiva da sociedade, os conflitos que caracterizam grande parte das relações atuais.
O Construtor de Cidades descreve em primeira pessoa o quotidiano de um professor de Biologia a trabalhar numa escola pública. As dificuldades, as desilusões e a desmotivação que advêm da sua relação com os alunos e com os colegas, tão ou mais desmotivados do que ele próprio, as alterações constantes à legislação educativa e aos programas de ensino que sucessivos governos vão impondo a um ritmo impossível de assimilar e de pôr em prática com sucesso, levam-no a um estado de prostração e de desânimo. É esse estado que permitirá à personagem refletir no seu papel numa sociedade em crise que se desmorona diante dos seus olhos. O único refúgio possível é o passado, tempo mítico de amores, de ilusões e de felicidade.
Yet another battalion departs for Mozambique, to fight in a seemingly endless war. It includes a reservist 2nd lieutenant and a private who barely know each other. Having left behind his fiancée, a medical student, the officer indulges in transient passions and reckless behavior. The private, married and with a daughter, struggles to survive in a strange environment, among hostile animals and plants, mined paths, ambushes, scorching sun and blinding fog. Back in Portugal, the officer's fiancée and the private's wife survive amidst fear, prejudice, and misery, guided by their natural strength and by love.
Mais um batalhão segue para Moçambique, a continuar a guerra que teimava em durar. Dele fazem parte um alferes miliciano e um soldado que mal se conhecem. Deixa o alferes para trás a noiva, uma estudante de Medicina, e entrega-se a paixões transitórias e a congeminações imprudentes. O soldado, casado e pai, procura sobreviver numa paisagem estranha, entre bichos e plantas hostis, caminhos minados, emboscadas, sol e cacimba. Na metrópole, a noiva de um e a esposa de outro sobrevivem no vasto lago de medo, de preconceitos e miséria, guiadas pela força que as caracteriza e pelo amor.
Darkening Stars - A Novel of the Great War is about a young law student who was drafted to serve as a platoon commander in the Portuguese Expeditionary Corps sent to Flanders in 1917. What happened to him and the men under his command, the small and great miseries of their life in the trenches, their links with what they left behind and what they lost, and the incomprehension they met upon returning home, are some of the main lines of this moving and historically accurate portrait of one of the most turbulent periods of Portuguese history. It is also a story of love and of a young man's inner struggles and personal growth, his determined search for peace and happiness, along a path strewn with destruction and trampled dreams.
Na Memória das Estrelas sem Brilho, conta-se a história de um estudante universitário que é obrigado a interromper o curso para comandar um grupo de expedicionários que o governo português em 1917 enviou para as trincheiras da Flandres. A sua trajectória e a dos homens que comanda, nas pequenas e grandes misérias de que foram vítimas e na ligação ao que deixaram e ao que perderam, resulta num retrato emocionante e autêntico de um dos períodos mais conturbados da sociedade portuguesa.Romance de guerra, mas também romance de amor, Memória das Estrelas sem Brilho relata a tão inútil quanto obstinada busca da paz e da felicidade através de um caminho de escombros e flores cortadas, capacho do tempo e dos seus caprichos.Afirma o crítico Milton Azevedo que, «além de seu valor literário como narrativa de ficção propriamente dita, constatável à primeira leitura, o romance tem grande interesse como retrato da sociedade portuguesa, que forma o background da narrativa. O narrador, homem de seu tempo (ou tempos) e classe social, tem uma visão tão nítida da sua sociedade quanto é possível esperar de alguém que nunca pôde sair dela para observá-la de fora. É, portanto, uma visão naïve, informada apenas por elementos colhidos dentro daquela sociedade. Mas é uma visão arguta, porque o narrador é um indivíduo inteligente e lúcido. E complementada, é claro, pela visão, indirectamente transmitida ao leitor, do Rato, que é um verdadeiro co-protagonista (e não apenas um sidekick) - um pouco, mutatis mudantis, como Sancho Pança, sem o qual o Quixote ficaria impensável.»
Abonner på vårt nyhetsbrev og få rabatter og inspirasjon til din neste leseopplevelse.
Ved å abonnere godtar du vår personvernerklæring.