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SOBRE A COLEÇÃO: Mediante textos que se inscrevem naqueles tipos de saber próprios da Filosofia e da Teologia, que há séculos caracterizam a tradição jesuíta, sem se fechar, porém, a outras áreas do conhecimento, a Coleção FAJE quer incrementar o debate junto ao público universitário e demais interessados pelo conhecimento. A arte de formar-se implica imaginação, criatividade. A complexa realidade faz-se exigente. Portanto, cabe-nos aprender a pensar em meio à avalanche de informações. A civilização urbana afeta profundamente o agir, o ser e o conviver ¿ três aprendizados desafiantes. A tradição inaciana de discernir a vontade de Deus merece ser aprendida. Nesta edição, três novos capítulos foram acrescentados para responder a outras demandas: aprender a amar é aspiração última do ser humano; uma cultura da pura eficácia pede a arte da lucidez; e, na crise ecológica avassalante, impõe-se aprender a cuidar da Terra.
A teologia situa-se no cruzamento de duas experiências antagônicas: uma manifesta-se prenhe de esperança e é procurada, ensinada e praticada desde as formas mais simples até as mais sofisticadas. A outra, porém, veste-se de suspeitas, quando a teologia é vista com reserva e até desdém. É justamente isso que a obra oferece: uma introdução à teologia e seus conceitos. Baseados no fato da Teologia situar-se no cruzamento de experiências antagônicas - por um lado, ensinada e praticada tanto nas comunidades eclesiais de base como nos institutos teológicos, e, por outro, ser vista com reserva, e até desdém - e cientes de que o despertar da consciência do leigo na Igreja, a reação às pretensões secularistas das ciências e da tecnologia, a sede provocada pela sequidão do anonimato urbano arregimentam sempre maiores curiosos e amadores da teologia, os Autores analisam estes fatos novos para ressignificar o que seja fazer teologia em nosso tempos. Os Autores assinalam que, após a ruína da grande narrativa, dos mega-relatos teológicos, filosóficos, ideológicos e sociológicos, cresce a responsabilidade criativa de cada teólogo e surge a necessidade de abandonar os jargões, as teses decoradas, para construir uma teologia com uma nova feição. A obra foi pensada a partir da necessidade de equilíbrio entre o desânimo preguiçoso em face do descrédito e o afago fácil de situações gratificantes. Sendo assim, os Autores propõem o equilíbrio dinâmico entre o estar envolvido com a realidade angustiante e questionadora dos irmãos, e o recôndito silencioso do quarto para ruminar o que foi lido nos livros, ouvido nas aulas, rezado nas orações, para que a teologia possa descer às profundezas da vida, para daí sair em gestos e palavras, símbolos e ritos, falas e escritos. A tenacidade, a seriedade, a constância silenciosa do estudo, de um lado, e a inserção consciente, a presença participada junto às pessoas, de outro, tornam-se a exigência incontornável de um estudo de teologia nos dias de hoje.
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