Bøker av Fr Ofm Ricardo Ferreira Dos Santos

Nesta reflexão, o autor expõe a relação entre mariologia, eclesiologia e cristologia, aprofundando em são Boaventura, grande teólogo e místico franciscano medieval, o significado teológico da Igreja à luz da pessoa de Maria. Em razão do mistério do Verbo encarnado se compreende melhor porque Maria está no fundamento de toda Igreja e de cada membro fiel. Em virtude da graça de Cristo e do Espírito Santo, Maria se apresenta como mãe de Deus e Rainha, cuja maternidade fecunda continua na vida da Igreja. A Virgem é modelo de mulher forte na fé, esposa ardente em caridade, mãe que intercede e reconcilia, discípula que se põe em atitude de serviço e doação para com os seus filhos. Deste modo, nela a Igreja se vê refletida e, por conseguinte, olhando para Maria, a Igreja procura encontrar o verdadeiro rosto e sentido do seu mistério.

O autor aborda a compreensão dos carismas e sua relação com os ministérios e estados de vida na eclesiologia de são Boaventura. Os carismas têm fundamento e princípio na teologia do Verbo. O Verbo encarnado na história da salvação continua a missão do Verbo eterno incriado na obra da criação. Contudo, é Cristo hierarca quem nos concede os carismas para a edificação de sua Igreja. Todos os carismas têm seu reflexo nos atos da missão histórica de Cristo. O Espírito Santo, por sua vez, em sua missão ad extra efetiva os carismas na vida dos fiéis, fazendo com que todos participem da vida da Igreja em vista do Reino de Deus. O Espírito Santo interioriza e exterioriza os carismas na vida dos cristãos de modo que possam seguir a Cristo, imitando os seus atos para que possam alcançar a perfeição evangélica. Enviados da parte do Pai, Cristo e o Espírito Santo assumem o mistério da encarnação, se condescendem diante da realidade humana e se abaixam ao nível da humanidade pecadora, fundando e edificando a Igreja e lhe concedendo os carismas da graça que se exteriorizam em inúmeros ministérios e estados de vida, graus ou modos eclesiais no seguimento de Cristo.

São Boaventura não sistematiza tratado de eclesiologia como de praxe na Idade Média. Entretanto, em diversos trechos de suas obras, desde as primeiras até as últimas mostram riqueza de elementos eclesiológicos. O ponto de partida na compreensão da Igreja é sempre trinitário. Daí porque não somente a cristologia, mas também a doutrina do Espírito Santo tem lugar fundamental. Desde a fundação até o aperfeiçoamento da Igreja, a terceira pessoa da Trindade tem papel determinante. A missão de Cristo na Paixão segue a do Espírito Santo em Pentecostes. Ele age de tal modo que faz da Igreja organismo vivo, dinâmico, imbuído de fé, caridade e esperança, fazendo dela sacramento universal da graça e lugar da distinção, da solidariedade, da abertura mútua e do serviço fraterno.

O presente estudo busca aprofundar aspectos da eclesiologia eucarística segundo são Boaventura, grande doutor e místico da Igreja. O sacramento da Eucaristia não foi dado por acaso, mas em vista da realidade existencial do ser humano. É fruto da condescendência e providência divina que concedeu ao seu corpo místico, a Igreja este alimento e sacrifício salutar, fazendo crescer os seus membros em espiritualidade e comunhão. Deste modo, o povo de Deus ao celebrar a Eucaristia, pela ação do Espírito Santo e em virtude da caridade, cresce em unidade e fraternidade, se tornando comunidade viva, onde todos se amam, se põem a serviço uns dos outros, sinal do amor de Deus para a humanidade. Entre estes dois mistérios há vínculo e interação dinâmica e vital. Neste sentido, a Igreja celebra e vive da Eucaristia.